segunda-feira, julho 10

Reviravoltas

Em tese, no domingo, eu viria pro Rio. Resolvi vestir o uniforme e cumpri meu sobreaviso (a qual eu posso ficar em meu apartamento) no aeroporto de guarulhos, passeando por lá, e depois eu emendaria um vôo da OceanAir me levando pra casa. Todavia aconteceu uma reviravolta (a escala me acionou) que me fez voltar pra Belém. Meu cansativo vôo foi basicamente para ir de para ser safety (piloto de segurança) de um colega que ainda não estava solo na aeronave. Logo, eu fui basicamente de passageiro no vôo, brincando de comissária: Esquentando comida, servindo, retirando bandejas, "vocês querem mais alguma coisa?". Considerando que o vôo saiu as 6:00am de domingo e que eu cheguei em Guarulhos as 22:00 de sábado, eu estava chapado de sono. Nem café me deixava em pé. Mas como eu não iria voar a aeronave, então as coisas ficaram bem mais tranqüilas. Optei para fazer uma etapa na volta, provavelmente Belém -> Brasília. O mais engraçado é que eu tinha bombons do pará que eu tinha trazido de outra viagem que voltaram pra belém comigo. Tudo bem, vou comprar mais um pacotinho e volto, dessa vez, para ficar 7 dias no Rio de Janeiro. Graças a deus.

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Falta mês e meio pro casamento do Bruno e da Fernanda. Já pedi as folgas, tomara que elas sejam concedidas.

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Já que eu estou em belém, não custa comentar as coisas inusitadas que eu vejo por aqui. Algumas são dignas de foto de Sebastião Salgado. As vezes a pobreza aqui é tão grande que basicamente eu vi uma mulher nua em pelo andando pelas ruas do centro da cidade em plena segunda feira. A mesma moça, negra, magra e nua, estava numa viela lavando uns trapos de pano que provavelmente ela utilizava como roupas de baixo (da parte de baixo, porque da parte de cima ela aparentemente nunca vestiu nada), mas pelo visto nunca foi bem sucedida na lavagem, que continuou a ficar nua andando na calçada.

O curioso é notar que o povo local não se encontrava constrangido com a presença dela ali. Autoridades estavam perto e não pareciam preocupados com a presença dela. E olha que o hotel Hilton de Belém - o melhor hotel da Cidade - encontrava-se a uma quadra de onde eu estava. O constrangimento só se via nas nossas caras, e nada mais.

Outro ser inusitado que eu encontrei em belém é um daqueles preachers católicos desesperados que ficam gritando o apocalipse para não sei quem no meio do centro da cidade, No nosso caso, ele fica aqui na esquina do hotel. Para mim, não chega a assustar tanto, mas os turistas desavisados não entendem, acham que o cara deve ser algum revolucionário solitário que quer alguma coisa que tiraram dele, algo como se fosse um salário ou até mesmo um filho. Acabei me lembrando o Sr. galês nariz-vermelho que fica gritando a bíblia e falando das desgraças de exemplos de mulheres que traíram maridos e maridos que trairam mulheres, a qual se localiza entre a praça e o edifício da avenida central (info centro), no centro do Rio. É o tipo de coisa que eu veria se eu fosse advogado... Parece que esse tipo de coisa acontece em todo o lugar do Brasil, no matter what happens.

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Como a fernanda sentenciou uma vez, as pessoas em Belém não são partidários de muita beleza e até mesmo não tem tanta cordialidade e educação pra oferecer, salvo aqueles que trabalham no hotel ou em venues internacionais. Estive numa rede de farmácias Big Ben - muito grande aqui, acho que só perde pro Yamada - e a moça teve uma delicadesa de hipopótamo para me vender uma caixinha de valeriane. Valeriane, como se sabe, é um remédio relaxante para dormir, que é muito útil para regularizar meu jet-Lag de Cargueiro. Voos começando a 1:00am eu tenho que dormir bem antes e, na adrenalina que a gente as vezes leva o dia, fica difícil dormir antes das 23:00.

Impressionante também como as pessoas as vezes me acham simpáticas o suficiente para ficar me contando confidências. Sei lá, de repente ser de cidade grande significa ser experiente, já que meu sotaque carioca é algo difícil de esconder. Aqui no Hilton Belém meu acesso a internet é condicionado a um Business Center, a qual um menino atende aqui como suporte. Basicamente eu peço pra ele ligar e desligar o timerzinho que conta o tempo de uso, e that's it. Mas o que me impressionou hoje é que, enquanto eu estava digitando essas linhas, ele veio abrir o coração dele sobre uma menina que ele conheceu no orkut e o que que ele faria para conquistar o coração dela. Deus do céu, o que eu faço? Se ele me perguntasse isso na frente de um superior, creio eu, ele estaria demitido. Talvez porque não se faz uma pergunta dessa a um hóspede. Mas de bom coração, resolvi aconselhá-lo a não fazer muita merda porque senão muita merda ia rolar pra ele e, de uma vez por todas, para ele largar essa porra de orkut para arrumar mulher pra fazer alguma coisa.

Afinal de contas, se o Aquino - meu aluno de IFR que mora em Belém - falou que mulher aqui quer dar que nem chuchu na serra, não é o garoto que precisa de orkut pra ficar nessa de cantar a musiquinha do Everton Assunção - Eu vou te Excluir do meu Orkut. Bleh!. Virei consultor aleatório de relacionamentos no Pará.

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Encontrei uma banca de jornal que se chama GAYOSO. Vou tirar uma foto e depois mostrar pra vocês. É hilário.

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Roque Santos Junior
rasjr at gmail.com
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