segunda-feira, maio 22

O Inativo em Belém.

Ficar inativo em belém abriu a seqüencia das aventuras dos pernoites em cidades brasileiras.

Ao chegar, mesmo cansados, e considerando que era sábado de noite, impossível nao comemorar com honras o primeiro voo no 727. Combinamos, então, ir num local legal e muito bem badalado que é a tal da casa das 11 janelas.

A noite foi boa, como comentado no post anterior. A quantidade de mulheres bonitas e bem produzidas lembrava o Conversa Fiada em uma noite de quinta feira. A diferença é que, desta vez, eu era um forasteiro com sotaque de carioca no norte do país. Mas isso nao fez de mim um garanhão ou alguém com muita lábia, porque eu continuava travado na cadeira tomando um chopp atrás do outro. Enquanto isso, o outro comandante e o F/E davam em cima de uma árabe que tinha os cornos da ivete sangalo e tinha um vestidinho lindo de morrer, e um par de pernas de chamar a Dantelle.

Mas aí, depois da rebordosa, veio o dia seguinte. Basicamente o Hilton de Belém agrupa praticamente todas as empresas brasileiras e seus tripulantes. Encontramos gente da VARIG, TAM, GOL, Total, Passaredo, TAF (Transportes Aéreos de Fortaleza - que tem comissárias lindas!), e afins. Após um café da manhã animado com vários amigos, resolvi tomar a iniciativa de ir numa feirinha de artesenato enorme que tem na praça logo em frente ao hotel, que é a tal da praça da república. Um calor de 40 graus celcius à sombra me atormentava quando eu vestia calça jeans e uma camiseta preta. Não demorou muito para eu começar a suar que nem um alucinado. Após terminar de dar a volta na praça, achei uma loja da Taco e comprei uma camiseta na urgência. Depois voltei para o quarto, coloquei uam bermuda e vesti a camiseta nova, e resolvi ir na proa das docas.

A avenida principal que levava às docas era a tal da Presidente Vargas. As docas é como se fosse um downtown pequeno e esticadinho, com uma seqüencia de uma pinacoteca, uma galeria de restaurantes simples e outra galeria de restaurantes com uma sorveteria chamada Cauru. A sorveteria tinha mais sabores exóticos do que sabores normais de gente de cidade grande. Ao chegar na sorveteria, inquiri a atendente: "Oi, eu nao sou daqui, nao conheço esses sabores. Posso experimentá-los?". A moça, no seu sotaque de belém, prontamente "Claro senhor!! Esse aqui é Taperembá...." e me dava um palitinho com o sabor.... enquanto eu saboreava, ela já pegava outro palitinho com outro sabor e me esticava a mão para dizer a próxima fruta: "esse aqui é o de Umbú!..." e assim foi. Provei, pelo menos, uns 10 sabores diferentes de sorvete. Minha mão ficou cheio de palitinhos. Para não fazer desfeita à boa vontade da lojista, resolvi pegar um sorvete de duas bolas. Peguei um de Açai com Tapioca e outro de uma fruta a qual eu nao lembro mais o nome, mas é azedinho-doce, lembrando maracujá. Foi dos deuses. Após, continuei andando para o tal do "ver-o-peso".

Aliás, aqui em Belém a galer gosta de ver tudo: Tem o "ver o peso", "ver o boi" (açougue), "ver nao sei o que". Na frente do hotel, criamos um nome para o boteco pé-sujo-sinistro: "ver-as-primas". Antes desse nome, era chamado de "upper-deck". Mas "ver-as-primas" pareceu mais adequado ao lugar.

De resto, sao 1 da tarde de segunda feira agora. Estive novamente nas docas e a rua que até ontem era abandonada e deserta tornou-se uma tremenda avenida rio branco, só que sem as piratarias de software, os entregadores de papéis de "empréstimos" e de funk e hip-hop. Basicamente aqui impera o artesenato, as músicas bregas, as comidas típicas (Tacacá, Cururu, essas coisas de nome indígena) e artesenato de madeira. Passamos também na peixaria local, onde tirei várias fotos, e passei no forte de Belém, que fica do lado da galeria das 11 janelas, onde era o tal boteco que fomos.

Lembrei do nando quando eu vi as docas e os barquinhos parados. Lembrei da fernanda quando vi a bijuteria local. Lembrei da Bianca quando eu vi o sorvete de Taperembá (ela gostava, mas nunca experimentei até a presente data). Lembrei de muita gente enquanto estava aqui. Acho que é aquela vírgula de saudade que tenho quando eu me aventuro aqui. Mas, fato é que, eu quero voltar pro avião.

No hotel existe um mapa de belém. A princípio a cidade não parece ser tão grande... tem a extensão um pouco menor do que uma barra/recreio, com várias ruelas com poucas calçadas. A economia local gira em torno do açaí e da castanha do pará. As pessoas são muito pobres e não são muito bonitas. Durante o trajeto até as docas, onde voce via carros bonitos e gente arrumada, também via-se muita - mas muita - gente pobre dormindo em marquises. Nada que no Rio de Janeiro não tenha também, mas dá pra se ver que, mesmo em uma cidade pequena, a pobreza é algo que existe e de uma forma bem caracterizada.

Agora nos apresentaremos as 5 da tarde para fazer Brasilia, Confins e Guarulhos. Nao sei se vou conseguir voltar para o Rio. Isso é algo que eu vou decidir ainda em vôo, pois dependendo, vou ter que permanecer em guarulhos. Essa vai ser a pior parte.

De resto, em breve o fotolog terá fotos disponíveis. Aqui no business center do hotel não tem leitor de SD card e eu nem quero deixar minhas fotos aqui. Já basta a falta de privacidade para escrever esse post.